quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Um judeu marginal


Na série de livros "Um Judeu Marginal" (ainda em andamento), o historiador e padre americano John P. Meier enumera as principais ferramentas dessa busca sobre o Jesus histórico.



Entenda critérios usados por estudiosos para decidir o que vem de Jesus:
1)O critério do constrangimento

Também conhecido como "critério da contradição", ele se refere aos atos e ditos de Jesus potencialmente constrangedores para Jesus e/ou seus discípulos. O raciocínio é simples: a criatividade dos evangelistas, que elaboraram e ampliaram a tradição oral sobre a vida de Cristo, dificilmente dar-se-ia ao trabalho de inventar histórias embaraçosas sobre seu Mestre ressuscitado.
Exemplos de fatos aparentemente confirmados pelo critério do constrangimento são o batismo de Jesus pelas mãos de João Batista (se Cristo não tinha pecado, por que precisaria ser batizado?), a traição de Judas Iscariotes e frases de Jesus afirmando que "somente o Pai" sabia o momento do fim dos tempos (em ambos os casos, cria-se a dúvida sobre a onisciência do profeta galileu).
2)O critério da descontinuidade

Se um ensinamento ou ação de Jesus não casa com o que ensinava o antigo judaísmo nem com a pregação da Igreja primitiva, crescem as chances de que ele venha mesmo do Jesus histórico, argumentam os defensores desse critério (os tenha sido acrescentadoposteriormente).
3)O critério da múltipla confirmação de fontes
Sua vida e sua pregação foram registradas e relembradas por vários tipos de seguidores, com formação cultural, personalidade e até opiniões teológicas diferentes. Se várias dessas fontes diferentes registram o mesmo dito ou ato, isso indica uma probabilidade maior de eles remontarem ao que o próprio Jesus fez e ensinou.
4)O critério da coerência
Novas informações que parecem se adequar de forma coerente com o que se sabe têm alta probabilidade de serem verdadeiras.
5)O critério da Cruz
Segundo o especialista americano, um Jesus completamente inofensivo, que não criticasse o que via de errado na Judéia do século 1 a.C. nem propusesse algum tipo de mudança radical, jamais teria sido crucificado.

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