sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

A Heroína Celebrada



Uma das razões para a popularidade de Madalena é que atitudes feministas não estão mais restritas a intelectuais da Igreja, mas alcançam também as mulheres comuns – e não poucos homens. Assim, milhões de mulheres passaram a questionar a misoginia e o puritanismo de uma Igreja patriarcal que, há muito, tem marginalizado Madalena ou a transformado em bode expiatório, em função de sua flagrante sexualidade. De objeto de pia piedade, Madalena tem se transformado numa heroína feminista celebrada, um novo modelo para a mulher independente e apaixonada. Na verdade, as perspectivas históricas estão sendo revistas, pois como escreve Esther de Boer: “Descobrimos que, no curso da história, Maria Madalena sempre desfrutou de grande popularidade, mas o interesse estava muito mais em sua sexualidade do que em seus testemunhos…Ela atravessou a história, acima de tudo, como uma mulher atraente e muito pecadora, que, graças a Jesus, foi convertida e arrependeu-se”. Embora historiadores modernos da Igreja encarem o rótulo de “prostituta arrependida” como uma tática difamatória e uma interpretação distorcida dos Evangelhos, eles reconhecem o poder de suas imagens na base da consciência cristã.

Trechos do texto de Roger Woolger

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