Os textos Gnósticos recentemente descobertos The Nag Hammadi Library (A Biblioteca de Nag Hammadi) deixam mais claro do que nunca que Maria Madalena deve ter tido um papel proeminente, no círculo dos primeiros apóstolos, como a principal confidente de Jesus, chamada de seu koinomos, palavra grega que tecnicamente significa ‘consorte’ ou ‘companheira’, sugerindo uma relação sexual. E, da mesma forma que no rejeitado texto Gnóstico Pistis Sophia, ela se destaca como a principal intérprete da revelação de Jesus do cosmos da luz, ‘aquela que entendeu o Todo’. Aqui, como em outros casos, na figura de Santa Sofia – o feminino transcendente de muitos sistemas Gnósticos – ela repercute o papel sagrado da Sabedoria no Velho Testamento.
Os Evangelhos gnósticos rapidamente excluídos como heréticos pelos Padres da Igreja, em favor de um cânon que maximizasse o status da Virgem Maria (apesar do fato de que ela raramente seja mencionada nos quatro Evangelhos) e minimizasse o papel de Madalena, principal testemunha da Ressurreição, e também o papel da mulher em geral na Igreja.
Depois de ser suprimida, denegrida e perseguida por dois mil anos, a Grande Deusa finalmente retorna em toda sua beleza, sabedoria e glória – como Madalena – e eu gosto de pensar que em suas mãos ela carrega o Graal, que nos pode curar a todos.