Acredito
que Maria de Betânia, a Talita – filha de Jairo, Maria Madalena, a mulher do
vaso de alabastro, a pecadora do apedrejamento e a samaritana se trata da mesma
mulher.
Ingenuamente
me perguntava por que existia algumas pessoas que não pensavam assim também.
Procurei ler vários livros e comentários que dizem serem pessoas
diferentes, mas não fiquei convencida. Tenho a humildade de considerar que
possa estar errada, mas um conjunto de fatores que tomei conhecimento nos
últimas pesquisas me influenciam a acreditar todas se tratar de uma mesma
mulher.
Nas
comunidades e fóruns de discussão sobre o assunto houve o esforço
para me fazer entender por estas pessoas que acreditam elas serem pessoas
diferentes. Aqui registro alguns destes fatores que me levam pensar assim.
O mito do eterno retorno
Quando
li os livros de Mircea Eliade – Sagrado e Profano, O mito do eterno retorno,
Imagens e símbolos, entre outros – passei a ver os povos antigos com outros
olhos. Segundo este mitólogo as pessoas na Antiguidade viviam de acordo com um
arquétipo, um exemplo, uma “maquete”, um mito orientador.
Os
deuses, heróis ou antepassados deles realizavam determinados feitos, onde neles
inauguravam cidades, instrumentos, famílias, ações sociais. O que eles fizeram
tornou-se sagrado e os povos encenavam novamente estes feitos, de tempos em
tempos, com o intuito de voltar ao tempo sagrado fazendo a vontade dos
deuses.
A
repetição dos feitos divinos ou heróicos deu origem aos ritos e tinham uma
finalidade pedagógica – ensinar as novas gerações a fazerem a vontade dos
deuses e fortalecer a idéia sagrada renovando a aliança com o divino. Outra
forma de transmitir o conhecimento sagrado seria através dos mitos.
Levi-Strauss (1978, p. 14) considera que, “para as sociedades sem escrita
e sem arquivos, a mitologia tem por finalidade assegurar, com um alto grau de
certeza, que o futuro permanecerá fiel ao presente e ao passado”.
A
primeira influência que tenho para acreditar que Maria de Betânia, a Talita –
filha de Jairo, Maria Madalena, a mulher do vaso de alabastro, a pecadora do
apedrejamento e a samaritana se trata da mesma mulher é o conhecimento de que
para os antigos nada era registrado por acaso; o registro tinha finalidade
pedagógica; e possivelmente a história destas mulheres bíblicas estaria
seguindo um arquétipo/mito orientador ou história exemplar e sagrada.
De
posse destas informações a hipótese que é levantada prescreve que as histórias
destas mulheres fazem parte de um conjunto fragmentado de uma história única, que
apresenta uma heroína (versão feminina do herói) realizando as ações sagradas
que compete as mulheres (a Eva). Ou seja, assim como o Adão é reconhecido como
filho de Deus quando realiza a vontade Dele, a Eva, para ser considerada filha
de Deus precisa materializar algumas ações para ser reconhecida – o mito
diretor do sagrado feminino.
A
versão mais completa da história/mito da filha de Deus (a heroína que percorre
a jornada ao encontro com o divino – influência de Joseph Campbell) – pelo
menos a que encontrei até o momento – encontra-se no livro da biblioteca de Nag
Hammadi, A Exegese da Alma.
A
segunda coisa que me leva a pensar ser todas a mesma mulher é a hipótese de que
esta história sagrada que registra o mito diretor da heroína – que reflete a versão
feminina da busca pelo sagrado – pertenceria a herança cultural do Reino do
Norte/Israel.
Reino do Norte X Reino do Sul
Lendo o
livro Jesus segundo o judaísmo
organizado por Beatrice Bruteau (2003, p.61) tomei conhecimento da expressão
“Messias filho de José”. Até então eu só conhecia a expressão “Messias filho de
Davi”.
Esta
informação me chamou muito atenção: Primeiro eu já tinha estranhado o fato de
que o livro do Gênesis a linhagem começa com Adão e termina com Efraim
(Abraão-Isaac-Jacó-José-Efraim) mas o messias que viria para salvar veio de
outra linhagem (Abraão-Isaac-Jacó-Judá).
Na
minha visão seria uma incoerência. Se a linhagem escolhida era Judá (irmão de
José) este é quem teria sido abençoado no leito de morte e não Efraim, mas aconteceu
o contrario. De imediato veio na minha cabeça a frase “os vencedores é quem
conta a história” e a casa do reino do norte foi destruída. Não foram eles quem
contaram a história.
A
primeira história/mito sobre casamento entre o povo de Abraão é a de Adão e Eva.
Este casal primordial casou-se aos pés do poço do Édem cujas águas transbordara
para fora do jardim sagrado e dividiu-se em quatro braços. Guiado pelo
pensamento de Eliade esta história é exemplar, é o modelo a ser seguido. Jacó
encontrou Raquel no poço e não Lia (mãe de Judá). Esta história tem um
simbolismo e ensinamento. O encontro de Jacó e Raquel no poço, no meu entender,
seria uma referência ao casamento do casal primordial.
Sendo
assim acredito ser a linhagem do messias a de Raquel (cujo filho foi José, que
gerou Efraim) e não Lia (cujo filho foi Judá, de onde veio Davi). Orientado por
esta certeza, me preocupei com o fato de Jesus ser chamado de messias filho de
Davi. Foi ai que a expressão “Messias filho de José”, mais uma vez ecoou dentro
de mim – Jesus é conhecido como messias e também filho de José.
E se o
José mencionado fosse na verdade José do Egito e não o nome de um homem dos
tempos de Herodes, ou seja, e se o pai de Jesus fosse na verdade um descendente
de José do Egito por isso ele era “filho de José”. Estas foram às perguntas que
me surgiram.
Depois
uma retrospectiva sobre o que eu lembrava de Jesus foi pipocando – Ele cresceu
no reino do norte; fugiu para Egito, onde José prosperou; os primeiro milagres
foram no reino do norte; a maior parte do Evangelho de Marcos (conhecido como o
primeiro) são de acontecimento no reino do norte; daí a morte dele no sul – Jerusalém
- fez todo sentido – um rei do norte jamais foi bem recebido no sul.
Jesus
foi chamado de samaritano foi chamado de samaritano:
"Não
é ele Jesus filho de José" (João 6:42)
"Não
dizemos com razão que és samaritano..." (João 8:48)
Quando
Jesus foge do templo, ao tentar matá-lo, encontra proteção em terras de Efraim
(Joa 11:54). Certamente na terra de seu ancestral encontraria segurança.
Descobri
fazendo pesquisas sobre o a Casa de José e lendo o Antigo testamento, o
seguinte:
- O
Gênesis termina com a história de José do Egito, nos informando que a linha de
sucessão de Abraão continuou com a casa de José;
- José
foi o filho de Jacó, que teria sido vendido pelos irmãos aos egípcios. Esse
durante toda sua vida agiu conforme a vontade de Deus e prosperou. Mas a história
de seus descendentes aparenta ter sido apagada. Esses seriam os verdadeiros
herdeiros do culto religioso e da liderança na terra prometida. O primeiro
líder quando retornaram a Canaã era da casa de José - Josué;
- A
primeira sede do governo deste povo, ficava em terras da casa de José;
- Os
descendentes da Casa de José teriam se estabelecido no reino do norte e eram
conhecidos como samaritanos;
- Na
época do rei Davi, a tribo de Judá teria se rebelado contra a casa real de
José, que ficava na samaria. Davi junto com Salomão teria construído um reino
paralelo e com ajuda estrangeira teria ganhado poder para submeter o reino
original;
- Após
a morte de Salomão a maioria das tribos ficaram a favor da casa real original –
a casa de José. A casa de Judá e de Benjamim formaram um reino a parte;
- No
livro de Esdras e Neemias há a informação de que o reino do norte enviou uma
carta ao rei assírio, informando que a casa de Judá era rebelde e tinha se
rebelado contra seu verdadeiro rei, no reino do norte. Essa carta era um
pedindo ajuda;
- A
casa de José e a casa de Judá brigaram durante muito tempo entre si. Após as
invasões estrangeiras nos dois reinos – o reino do norte e o reino do sul, e o
fim do exílio na Babilônia, a casa de Judá que havia se separado da casa de
José, voltou a Jerusalém em melhores condições;
-
Esdras e Neemias estabeleceram um culto de acordo com os propósitos da casa de
Davi. Teriam alterado os escritos existentes para legitimar a casa de Judá e
procuraram sujar a imagem da casa de José, os chamando de idolatras [...],
portadores de uma falsa versão da religião de Abraão-Isac-Jacó. A motivação
para tal seria os recursos adquiridos no templo que não precisariam mais ir
para o reino do norte prestar culto;
- Tudo
o que conhecemos hoje sobre o reino do norte, sempre o vendo de forma negativa,
teria sido uma história construída pela casa de Judá, para legitimar-se no
poder, “foram os vendedores”, os vencedores é quem sempre contam a história, e
claro, sempre chamando os outros de ilegítimos, pecadores e mentirosos;
A
verdadeira história do reino do norte e da casa de José, como legítima
portadora e disseminadora da religião de Abraão e Moisés, teria sido registrada
em dezenas de pedras grandes com inscrições. acredito que semelhantes a pedra
de Hamurabi, estas pedras que formavam uma biblioteca pública no reino do
norte, teria sido erguida por Moises e Josué e estavam espalhadas nos lugares
de culto. Informações sobre elas estariam no livro de Josué e Êxodo.
Código
de Hamurabi contendo inscrições referentes as leis que o rei recebeu das próprias
mãos de deus, segundo os mesopotâmicos.
Várias
pedras com inscrições teriam sido construídas no e pelo reino do norte - casa
de José. Na cidade de Gilgal, primeira capital do reino, doze (12) delas formariam
uma praça (biblioteca pública) e pelo menos uma na capital de cada tribo, teria
sido erguida para que todos pudessem conhecer a verdadeira história daquele
povo e assim vivessem em unidade. Só que o reino do sul, a casa de Davi, os
reis de Judá, teria quebrado todas estas pedras, que também eram conhecidas
como postes (versões dos textos em madeira). Em inúmeros momentos na Bíblia menciona
em derrubá-las:
“Moises
escreveu todas as palavras do senhor, no dia seguinte, edificou um altar ao pé
da montanha e levantou 12 estelas para as 12 tribos de Israel” (Ex 24:4)
“Escreverás
essas palavras, pois elas são a base da aliança que faço com o povo de Israel”
(Ex 34:27)
“Essa é
uma lei perpetua para os Israelitas, e suas gerações vindouras” (Ex27:21)
“Moises
disse a Josué: Quando atravessares o rio Jordão levantarás umas pedras grandes
revestidas de cal [...] escreverás nelas o texto completo da lei, em caracteres
distintos e claros” (Deut 27:2 e 8)
“Josué
gravou em pedras cópias da lei de Moises” (Jos 8:32)
"Josué
levantou ali as 12 pedras" (Jos 4:20)
Mas
estas não teriam sido os únicos livros de pedras produzidos pelos israelitas.
Jeremias é exortado a levantar pedras com inscrições da lei: “Ergue sinais,
coloca postes indicadores” (31:21)
Isaías
também: “e o Senhor disse: toma uma grande placa e escreve nela em caracteres
bem legíveis [...]” (Is 8:1)
No
primeiro livro de Reis (14:24-25) diz que estelas foram erguidas, e no II livro
de Reis (18:4) fala que elas teriam sido derrubadas e quebradas pelo rei
Ezequias. O segundo livro de Crônicas (34), nos informa que o rei Josias também
destruiu os obeliscos, fez em pedaços as estelas.
Na Antiguidade
as pedras ou tijolos de argila eram utilizados para conter mensagens. Eram os
livros da época, utilizados por vários povos.
Os
escritos em materiais perecíveis como o pergaminho e o papiro, podiam ser
alterados por copistas, mas as pedras não. Quanto à durabilidade os livros de
pedra e argila cozida serviriam de testemunho para centenas de gerações. Cada
livro deste tipo era produzido para durar uma eternidade.
A
religião oficial da casa de Davi, rei hebreu, e seus sucessores, teriam
proibido a confecção e erguimento destas estelas de pedras e as guerras que se
sucederam, teriam transformado todos estes centros de cultura em ruínas.
Acabadas estas festas, os israelitas presentes foram às
cidades de Judá e despedaçaram as estelas, derrubaram as asserás, destruíram os
lugares altos e demoliram os altares de todo o Judá, Benjamim, Efraim e
Manassés. Foi uma destruição radical. Feito isto, os israelitas retornaram cada
qual para sua cidade, cada qual para sua terra [...] No oitavo ano de seu
reinado, quando ele era ainda criança, [...] e no duodécimo ano, começou a
limpar Judá e Jerusalém dos lugares altos, das asserás e dos outros ídolos de
madeira ou de metal fundido [...] demoliu os altares, quebrou e reduziu a pó as
asserás e destruiu todos os obeliscos em toda a terra de Israel. Em seguida
retornou a Jerusalém. (II CRÔNICAS
31,1; 34,3 e 7)
Vários
reinos na história da humanidade destruíram documentos e livros para que uma
nova história pudesse ser contata pelos reinos usurpadores. Com este pensamento
é de se supor que a destruição das estelas israelitas teria como intenção
apagar da memória publica, toda uma bagagem cultural produzida pelos patriarcas
deste povo para que uma nova história fosse contada. As ruínas desta biblioteca
ainda não teria sido descoberta.
Que a
arqueologia descubra essas pedras com inscrições sobre o passado do reino do
norte!
Jesus
pertencendo a este reino do norte - sendo um filho de José, responderia a
questão do porque nunca ter sido encontrado nada que confirmasse o Jesus histórico.
As pesquisas estariam se concentrando no reino errado.
Mas
Jesus afirmou: "Se as vozes se calarem (se os homens conhecedores morrerem
ou forem assinados) as pedras clamarão (revelarão)"
Buscando
fechar este pensamento sintetizamos com a informação de que o reino do norte
esperava um messias filho de José, que reconstruísse o reino. A primeira menção
da vinda de um messias é feita no reino do norte durante a invasão Assíria
(Livro de Isaías). O povo do reino do norte era conhecido como samaritanos e
estes eram os descendentes da casa real de José.
O reino
do sul somente começou a falar sobre um messias filho Davi, anos depois quando
a Judéia foi atacada pela Babilônia (livro de Jeremias). O reino do sul
esperava um messias filho de Davi, da tribo de Judá.
Os dois
reinos brigaram entre si durante muito tempo. Este conflito parece refletir na
história de Jesus e nos Evangelhos, pois um momento diz que Jesus é o messias
“filho de José” e em outro que ele é “filho de Davi”.
Surge
então a hipótese de que haveria no mínimo três grupos de redatores dos
Evangelhos: um grupo do reino do norte com calendário, mitos e ritos próprios,
crentes no messias filho de José, do Egito; um grupo do reino do sul igualmente
com calendário, mitos e ritos próprios, crentes no messias filho de Davi; e um
grupo estrangeiro (grego) que não entendeu a diferença dos dois e juntou textos
provindos de ambos os grupos.
Textos da casa de
José referentes a Jesus
Os
primeiros escritos sobre Jesus teriam sido produzidos no reino do norte, antes
de Paulo, e em aramaico. O que justificaria tantas expressões em aramaico nos
evangelhos. Nestes, Jesus teria como mito orientador a história de José do
Egito. A tendência é que os textos foram registrados em pedras, para durar uma
eternidade. “Se calarem a voz dos profetas as pedras falarão”.
Nestes
escritos Jesus pertencia à casa de José – do Egito, o verdadeiro herdeiro,
“Jesus, filho de José”. Ele é apresentando como repetindo a vida de José, as
realizações deste. Prega no reino do norte; percorre suas principais cidades;
realiza os rituais importantes para os samaritanos; vê a casa de Judá, como as
ovelhas perdidas de Israel [...] e casa-se no reino do norte - caná. O encontro
com sua esposa é em um poço a semelhança como foram encontradas as esposas de
Isaac, Jacó e Moisés – um rito sagrado.
Nestes
escritos a esposa de Jesus é conhecida. Todos sabem que seu nome é Maria e é
uma típica samaritana – sacerdotisa (ou seja, realiza cerimônias e culto a Deus),
é a Shekiná, a Eva, prega ao povo, tem autoridade, é matriarca, é o poço de
Jacó, é a videira.
Obs:
Entre os povos da Antiguidade objetos que estivessem ligados a água ou a terra,
eram utilizados para representar as mulheres. As mulheres eram receptáculos da
vida, assim como os poços eram receptáculos da água, primordial para a
manutenção da vida.
Os
israelitas representaram mulheres como sendo poços, Sara e Rebeca foram
representados como poços [...]. É a guardiã das águas da vida.
A
videira também era uma representação de mulher na Antiguidade, assim como a
terra, aquela que recebiam a semente e fazia crescer a vinha ou vegetal como
figueira.
Textos da casa de
Davi referentes a Jesus
Outros
escritos teriam sido produzidos em Jerusalém, pelo reino do sul. Provavelmente
pelas mãos de Paulo. Neste reino os mitos e ritos do reino do norte eram
abominados por isso foram criticados.
Jesus é
apresentado como pertencente a casa de Davi e realiza feitos como o messias do
reino do sul. O mito orientador é Davi –
Jesus entra em Jerusalém montado em um jumento como Salomão, [...].
Aqui, o
autor não sabia o nome da esposa de Jesus, só conhecia seus feitos e os
registrou apenas para criticá-los, pois eram atitudes consideradas inadequadas
e proibidas para as mulheres do reino do sul.
O autor
criticou quando ela tentou pregar no templo, proibido ás mulheres. Na visão do
sul ela estaria adulterando a lei por isso precisava ser apedrejada (João 8).
Neste capítulo tanto Jesus quanto sua esposa foram chamados de adúlteros (não
sexuais mais sim religioso) e correram o risco de serem apedrejados por
pregarem coisas que pretensamente estaria diferente do pregado pelos homens da
casa de Davi.
Outra
crítica do autor da versão sulista é quando Maria estava realizando o
hierogamos – lavando os pés de Jesus no jantar, é chama de pecadora, por que
este ritual era proibido no reino do sul. E assim por diante.
O autor
do Evangelho de João (de origem nortista), procura concertar os equívocos e
afirma qual o nome da mulher que ungiu Jesus: “Maria era quem ungira o senhor[...]” João 11:2, ou seja, dá nome a
mulher desconhecida e criticada pelo autor sulista.
Aqui o
símbolo da noiva é a torre (Migdal). O oposto complementar do poço era a torre.
Segundo Wikipedia a frase "Migdal
Eder" ocorre em Miquéias 4:8, onde Jerusalém é comparada a uma torre. Sendo Jerusalém a
cidade santa para os sulistas.
O texto dos
estrangeiros gregos referentes a Jesus
Após o
Evangelho de João e provavelmente início do segundo século, algumas anotações
teriam sido feitas as margens do escrito de Jerusalém. Nessas anotações
conteriam as crenças que estavam reinando na época, ou seja, a parte da
crucificação-morte-ressureição.
Este
era um mito comum entre os antigos e referia-se a mitos de casamento –
sacrifício do noivo e sua “ressurreição”, quando sua semente se torna três
meses depois num novo ser – seu filho (a mulher esperava três meses para ter
certeza de que não iria perder o bebê da semente concebida). Passado o período
poderia efetivamente comemorar a gravidez entendida como germinação da semente
plantada que precisava morrer no útero da terra para germinar.
Por
esta época, os cristão-judeus do reino do sul, em diáspora, pela destruição de
Jerusalém pelos romanos, já sabiam que a esposa de Jesus se chamava Maria, por
que teriam entrado em contado com os cristãos do reino do norte. Esses
acrescentaram o título migdal nos escritos que possuíam e que dizia respeito a
Maria, pois a esposa de Davi foi chamada de migdal (torre).
Os pais
da igreja no segundo século, que não eram nem da casa de José nem da casa de
Davi, juntaram os dois escritos - o produzido pelos cristãos do norte (Casa de
José) e o produzido pelos cristãos do sul (Casa de Davi) -, e ao traduzir para
o grego teriam acrescentado as anotações marginais como se fizessem parte do
original.
Quando
prestamos atenção o nome “Maria Magdala” como composto, só aparecem nos últimos
capítulo dos evangelhos. A expressão Maria Magdala aparece 7 vezes onde seis
dessas estão nos últimos capítulo e um estaria perdido quebrando o sentido de
uma história que estava sendo contada, ou seja, parece ter sido inserido
posteriormente no meio do texto.
Outras
interpolações teriam sido feitas para que o texto fizesse sentido aos não
israelitas, pois estes não estavam cientes dos ritos, cerimônia e forma
lingüística dos israelitas, dando assim um sentido diferente do original.
No princípio a esposa de Jesus era apenas
Maria
No
domingo da ressurreição, quando Jesus está no jardim, chama sua esposa apenas
de Maria, indicando que seria assim que ela era conhecida inicialmente.
Sintetizando
o pensamento. Haveria dois grupos de cristãos: um grupo chamava a esposa de
Jesus apenas de Maria, seriam os mais antigos e mais próximos do casal; e outro
grupo a chamava no composto Maria Magdala, seriam da casa de Davi, cristãos
posteriores e conheceriam pouco o casal.
No Evangelho
de Maria, não há o título Magdala, indício de que este escrito
teria sido produzido pelo primeiro grupo de cristãos, os nortistas. No Evangelho
de Felipe, há o título Maria Magdala, indicando que foi um escrito
produzido mais tardiamente quando o título já havida sido incorporado entre a
maioria dos cristãos.
Conclusão
No
momento sigo a hipótese de que a história de Maria de Betânia, da Talita –
filha de Jairo, de Maria Madalena, da mulher do vaso de alabastro, da pecadora
do apedrejamento e da samaritana, apresenta-se como pedaços da história de uma
única heroína que foi nomeada de forma diferente por causa da origem diferenciada
do texto que teria sido registrado por grupos diferentes. A pesquisa continua.
Referência
LEVI-STRAUSS,
Claude. Mito e significado. Tradução
de Antônio Marques Bessa. Lisboa-Portugal: Edições 70, 1978.
3 comentários:
Achei interessante esta informação, e gostaria de saber a fonte primordial. Pode me contatar pelo e-mail: bispo.org@gmail.com ou pelo celular: 8799990259, aguardo contato. Obrigado!!!!
Olá amada!
Abençoada és tu por este entendimento da palavra de Deus. Muito obrigado irmã por Cristo está revelando a sua verdade pela suas filhas e tirando o véu que nos cega o entendimento.
Tenho vontade de chorar... mas de alegria e carência durante a minha busca da verdade...
Abraços ....abraços ....
Minha querida, só me responde uma coisa: QUEM É JESUS, O CRISTO??
Leia João 1:1 e vai descobrir quem é Jesus e vai descobrir também que o Todo-Poderoso não casou com ninguém na terra.
Essas pinturas são pinturas iluminatis. Sabe quem são os iluminatis? Pois é...
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