O monge Henrique de Lausanne e o padre Pedro de Bruys foram considerados hereges. Reformadores radicais que pregaram no sul da França no século 1116-1130. Rejeitavam a igreja rica e corrupta da época. Negavam a ideia da mediação entre Deus e o homem. Os albigenes teria originado nos lugares onde eles pregaram. (RICHARDS, 1993, p.57)
Referência
RICHARDS, Jeffrey. Sexo, desvio e danação: As minorias na Idade Média. Rio de Janeiro: Jorge Zarah editor, 1993.
Os jornais desta semana destacaram o impeachment do presidente paraguaiano
Fernando
Lugo, deposto na última sexta-feira dia 22 de junho de 2012. Entre os comentários
foi apresentado pela imprensa que o então ex-presidente e também bispo católico
trás em seu currículo escândalos não admitidos pela igreja.
Em 2004, Lugo foi
aposentado pelo Vaticano e tornou-se bispo emérito. Dois anos depois, abandonou
a batina, pois desejava tentar a presidência do Paraguai em 2008 – a lei
paraguaia impede que sacerdotes sejam candidatos. Na época, o ex-mandatário foi
suspenso pelo papa Bento 16 por ato de rebeldia. O auge da crise com a
Igreja veio em 2009, quando vieram à tona os escândalos de paternidade de
filhos que Lugo teria concebido enquanto exercia o sacerdócio. (BALZA,
2012)
Histórias envolvendo líderes
religiosos cristãos (sacerdotes ou pastores) que apresentam atitudes sexuais
não admitidas pela ortodoxia e pela sociedade – pedofilia, quebra o voto de
celibato, etc – sempre aparecem nos jornais e de pronto sempre é combatido.
É
mais que evidente que ele maculou a imagem da Igreja. Seus atos contradisseram
o que ele abraçava. É uma situação difícil, são pecados, que necessitam da
misericórdia e da compaixão de Deus, mas que repercutiu no nome da Igreja e dos
bispos. Objetivamente, a Igreja é santa, com o Espírito Santo. (Edmundo Valenzuela In BALZA,
2012)
Quando o assunto é celibato na
igreja católica muitos ficam divididos: uns argumentam a favor e outros contra.
Quando casos como o de Lugo vem à tona inúmeros debates reacendem a chama da discussão.
Este blog não poderia ficar de fora, uma vez que aborda sobre a sexualidade de
Jesus.
Nos tempos da adolescência
atuei em atividades dentro da Ig. Católica – foi uma ótima fase na minha vida,
guardo a boas lembranças de eventos ao lado de pessoas que marcaram minha vida.
Jamais esquecerei. Ávida por conhecer melhor minha igreja queria ler tudo sobre
ela.
Um livro puxando outro e
assim cheguei a estudar sua história. Quanta decepção quando conheci a história
dos papas. Meus heróis de adolescência, um engodo. Foi um choque de realidade que
me fez compreender que as coisas nem sempre são como nos é contado.
Eu tinha um olhar muito
ingênuo e este tapa na cara me fez acordar. Confesso que estudar a história dos
papas mudou minha vida, digo até que a decepção e indignação me fizeram
escolher o que caminho que estou fazendo hoje, contribuiu para o que sou.
Graças a estas descobertas,
quando li o livro Código D´ Vinci, abordando a temática de que Jesus casou –
mesmo que a princípio tenha me parecido o maior dos absurdos –percebi que seria
o mais lógico sim Jesus ter casado, afinal, contextualizando-o culturalmente o
casamento/sexualidade era visto como uma forma de experimentar Deus e conhecer
seus mistérios.
O que descobri nos livros
que não me falaram na catequese, nem no crisma, nem na missa:
Muitos padres se
casaram. Muitos outros, pro trás do mando do celibato, instalaram suas amantes
no Vaticano e promoveram seus filhos ilegítimos – ou “sobrinhos” como são
conhecidos na igreja – a altos postos. Houve papas homossexuais que promoveram
seus amantes e cardeais. Houve papas grosseiramente promíscuos, de ambas as tendências.
Orgias não eram desconhecidas nos palácios papais. Um papa organizou um bordel
nas vizinhanças do Palácio de Latrão. Vários deles aumentaram suas rendas
taxando as prostitutas de Roma. Outros venderam indulgencias ao clero, na forma
de uma taxa sobre o pecado que lhes permitia manter suas amantes em troca de um
valor anual. [...] Um panfleto da época fez alegremente uma lista dos papas
envenenadores [que matavam envenenados seus concorrentes ou antecessores],
assassinos, fornicadores, libertinos, bêbados, devassos, jogadores, [...]
ateus. E uma seleção especial para aqueles que haviam cometido incesto. (CAWTHORNE, 2009, p.7)
O autor acrescenta que
muitos papas foram acusados de vender cargos na igreja e que ela até o século
XV esteve muito dividida tendo ocasiões de que teve mais de um papa ao mesmo
tempo. “Papas rivais excomungavam, aprisionavam e mesmo assassinavam-se uns aos
outros.”
O
celibato não foi exigido dos papas até 1139 – e mesmo depois, os clérigos
continuaram a ter concubinas. [...] Desde 1557, as publicações descrevendo os
delitos dos papas podiam ser escondidos dos fieis colocando-as no Índex dos livros
proibidos. (CAWTHORNE, 2009, p.8)
Com um histórico assim –
onde os sacerdotes não eram tão diferentes da sociedade da época - não consigo
acreditar que verdade pia sobre Jesus chegou até minha geração – ao menos por
meio de suas mãos. Muitos que defendem a tese de que Jesus não casou, não sabem
destes detalhes da igreja.
Não fico indignada ou
decepcionada pelos padres viverem a sexualidade (salvo pedofilia, incesto) –
afinal, considero a sexualidade sagrada – o que provoca estes sentimentos é a
MENTIRA. Que desemboca na própria vida sexual e marital de Jesus.
Para compreender os motivos,
a beleza, a sacralidade e o ensinamento do casamento de Jesus, não dá pra ir
pelo caminho da igreja pois a corrupção (de homens e documentos) foi muito
presente no seu passado; É preciso contextualizá-lo culturalmente, ou seja,
conhecer o significado do casamento para o povo de Abraão estudando o texto das
escrituras na língua hebraica e não grega.
Digo isso, pois mesmo que os
Evangelhos tenham sido escrito em grego – ou as cópias sobreviventes sejam em
grego – compreendo que a forma de pensar e as palavras originais foram em
hebraico – semita. Sendo esta língua rica em significado ainda tão desconhecido
para os cristãos.
Para finalizar recomendo o
vídeo abaixo, onde é possível comprovar a profundidade de uma única pequena
frase em hebraico do Antigo Testamento. O que dirá todas! Penso que a verdade sobre
Jesus ainda não foi totalmente revelada.
Referência
CAWTHORNE, Nigel. A vida sexual dos papas: uma exposição
irreverente dos bispos de Roma, de São Paulo até nossos dias. Tradução Thaís
Rodegheri Manzano. Rio de janeiro: Sinergia: Ediouro, 2009. Disponível no
Google livros. Acesso 27 de jun de 2012.
BALZA, Guilherme. Lugo maculou a
imagem da Igreja Católica, diz arcebispo que apoiou deposição no Paraguai.
Disponível aqui.
Um texto da biblioteca de Nag Hammadi alegando autoria de Tiago, o irmão de Jesus, menciona que ele enviou um livro secreto que teria sido revelado a ele por Jesus, "eu o escrevi em alfabeto hebraico e o enviei somente a ti [...] não relate este texto para muitos, pois o senhor não quer contar a todos".
Fonte
ROBINSON, James M. A biblioteca de Nag Hammadi. SP: Madras, 2006.
segunda-feira, 11 de junho de 2012
sábado, 9 de junho de 2012
Olá queridos amigos e amigas. Depois de algum tempo sem postar retorno para mais algumas postagens. Desde que entrei no mestrado em Ciências das Religiões fiquei sem tempo, agora que ele terminou talvez tenha mais tempo. Programarei as postagens para as sextas-feiras - dia do Shabat.